O PROJECTO
PORQUÊ ESTE PROJECTO?
“Aquele outro mundo que é o mundo” é a referência de partida para um processo de aprendizagem mútua, e de discussão sobre as dificuldades de comunicação e as distorções na representação do mundo na sua diversidade étnica, social e cultural. Distorções, muitas vezes, assentes em estereótipos e em simplificações de realidades e de um mundo complexo em mudança.
A influência dos Media nas opiniões e atitudes da sociedade e o seu poder na construção da imagem do Outro e daquilo que não lhe é imediatamente próximo é hoje indiscutível. Em Portugal, os temas relacionados com o Desenvolvimento e com o mundo têm, porém, pouco espaço na cobertura jornalística e no debate público. À semelhança de outros países europeus, o “outro mundo que é mundo” é apresentado muitas vezes de forma distorcida, estereotipada até, e repleto de zonas cinzentas. Esta situação foi recentemente amplificada pela forma como as migrações têm sido tratadas pelos Media, portugueses e europeus, pela armadilha que representa a crescente diferenciação entre migrantes e refugiados e pelo risco de novos factores de exclusão.
A relação entre os Media e as questões de Desenvolvimento tem estado no centro das atividades de sensibilização da opinião pública e de influência política desenvolvidas em Portugal pela ACEP, uma ONG de solidariedade e de cooperação para o desenvolvimento que assinala agora 25 anos de intervenção na sociedade portuguesa e também a nível internacional. Neste projeto associaram-se também o CEsA (Universidade de Lisboa) e CEIS20 (Universidade de Coimbra), dois centros de investigação especializados de universidades portuguesas e a Associação Coolpolitics que trabalha com jovens jornalistas, com o objetivo de promover um amplo debate sobre a relação entre jornalistas e profissionais da área do desenvolvimento e sobre a cobertura jornalística de temas relacionados com o desenvolvimento internacional e as relações entre sociedades.
Esta iniciativa parte da percepção de que, no contexto nacional, existe, :
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pouco conhecimento do mundo do Desenvolvimento nas redacções portuguesas;
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poucas oportunidades de diálogo conjunto entre organizações da sociedade civil e jornalistas;
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pouco conhecimento, por parte dos jornalistas, do trabalho desenvolvido pelas ONGD portuguesas;
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poucas competências nas ONGD para o relacionamento com os media que atenda às missões diferenciadas de ambos;
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equívocos entre comunicação para o desenvolvimento e marketing institucional;
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pouco espaço em contexto de sala de aula das formações especializadas em comunicação e jornalismo para abordar questões relacionadas com Desenvolvimento.